terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ecco, mama! na Feira da Terra

Olá, Eccomameir@s!
É com imensa alegria que escrevo esse post para compartilhar que estamos partindo para nossa segunda incursão por terras firmes!

O mundo virtual permite que alcancemos quem está aqui do lado e também quem está um pouquinho mais longe (por vezes quem está beeem longe também!), bem como permite que elos verdadeiros e firmes se criem a despeito da nossa inerente má vontade diante do desconhecido.

Bom, é com a cabeça e o coração abertos que seguimos amanhã para São Pedro da Serra, para a deliciosa Feira da Terra, para montarmos nosso acampamento na casa de amigos queridos, dividir e agregar experiências e, se São Pedro ajudar (com perdão do trocadilho), divulgarmos nosso trabalho e as fraldas e acessórios de nossas fornecedoras.



A Feira da Terra é um evento criado por um coletivo, e "tem como principal objetivo, a divulgação do trabalho de produtores, artesãos e artistas da região, para trazer geração de renda e alternativas de escoamento dessa produção, além, claro, de proporcionar momentos de descontração para toda a família que busca uma vida na sua melhor expressão. Nessa edição – agora com três dias de atividades – as barracas serão produzidas pelo Instituto Pindorama com iluminação LED, com novidades na programação." (Fonte: http://www.feiradaterra.org/sobre-a-feira-da-terra/)

Nós abraçamos essa ideia e participamos, pela segunda vez, desse acontecimento tão gostoso.

Para nossos clientes, fica a explicação: como trabalhamos com produtos artesanais e por vezes de estampa única, e como vamos levando todo nosso estoque para a Feira, resolvemos retirar a opção de compras enquanto estivermos fora, para evitar que alguém lá de longe compre a mesma peça que alguém aqui de pertinho já comprou. Mas voltamos logo, quiçá cheios de novidades! Previsão de retorno: 21/10 - mas como vem aí o 21º Encontro Nacional de Gestação e parto conscientes e nós também estaremos por lá, pode ser que essa data sofra um leve adiamento. Aliás, quem estiver pelo Rio de Janeiro entre os dias 23 e 25 de novembro pode aproveitar e conferir os nomes mais instigantes do cenário da humanização do nascimento nesse encontro poderoso. http://www.partonatural.com.br/



Vale a pena compartilhar que durante os dias da feira e um pouco além, estaremos, eu e meu filhote Miguel, participando de uma série de vivências sobre a desescolarização (unschooling) que estarão acontecendo por lá e pelas acolhedoras terras do sítio da família Morgado Cardoso, em Lumiar, com a presença sempre viva e esclarecedora da Ana Thomaz, então aproveito para deixar aqui dois links sobre o tema, um em português, do blog da própria Ana, e outro em inglês, de uma grande pensadora do assunto.

http://anathomaz.blogspot.com.br/

http://sandradodd.com/

Até a volta! Um forte abraço!

Paz!


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Marcha pela Humanização do Parto

Creio que a essa altura, e se nós estivermos fazendo bem o nosso trabalho, vocês já estão sabendo que domingo, dia 05/08, nós teremos uma Marcha pela Humanização do Parto. O evento acontecerá em diversas cidades do país, e no Rio de Janeiro, começará às 14h, na Praia de Ipanema, em frente ao posto 9.



Nossa mobilização começou depois do CREMERJ divulgar as famigeradas resoluções impedindo a entrada de doulas, enfermeiras obstetrizes, parteiras e etc. (sim, eles escreveram etc...) no acompanhamento de parto hospitalar, bem como ameaça médicos que acompanharem partos domiciliares ou ainda que fiquem de retaguarda para mulheres que desejam o parto domiciliar. Ok, isso tudo a gente já sabe que é um absurdo, e vamos marchar contra isso. Mas vamos marchar também contra a violência obstétrica, esse fantasma horrendo que assombra as mulheres, mesmo sem saber, antes, durante e depois seus trabalhos de parto/cirurgias. Tem tanta coisa que é violência obstétrica e que cria marcas profundas físicas e emocionais que a maioria das pessoas nem sabe que existe! Aqui cito algumas delas:

- não permitir a entrada do acompanhante de escolha da mulher, antes, durante e após o nascimento;
- injeção de "sorinho", que na verdade se trata de ocitocina sintética e pode causar rompimento de útero e sofrimento fetal, além de tornar as contrações mais dolorosas e intensas;
- episiotomia de rotina: há 30 anos já se sabe que o corte não protege o períneo, pelo contrário, aumenta as chances de rompimento além de ter uma cicatrização muito mais lenta e complexa do que uma eventual laceração natural;
- não permitir que a mulher se expresse verbalmente ou se mova livremente durante o trabalho de parto, buscando vocalizações e posições que ajudem a passar pelo processo, isso também é violência;
- direcionar os puxos, ou seja, dizer à mulher quando fazer força, além de aumentar as chances de laceração do períneo e não adiantar, só faz deixar o trabalho de parto mais cansativo;
- subir na barriga!!! é inacreditável como tem gente que ainda faça disso um procedimento médico de rotina... pode causar rompimento de útero, além de aumentar e muito as chances de laceração grave de períneo;
- tricotomia... a mulher não precisa ser depilada para parir! e se precisar de uma cirurgia, dá para raspar os pêlos na hora, e só onde será feita a incisão;
- posição litotômica: gente! parir deitada torna a tarefa muito mais difícil! deixem que as mulheres se mexam, o corpo sabe o que fazer, e as posições de cócoras, na banqueta, de 4, de pé, na água... ufa... é tudo tão mais agradável!
- não permitir que o recém-nascido vá imediatamente para o colo da mãe: impedir o contato pele-com-pele imediato e a amamentação na primeira hora é um fator crucial no agravamento da distância entre mãe e bebê, além de ser traumático para ambos;
- quanto às demais intervenções no recém-nascido: colírio, aspiração, esfregação, "tapinha no bumbum", nada disso é preciso! bebês que nascem de forma natural estão prontos e resguardados. Alguns pouquíssimos casos necessitam de algum tipo de ajuda, e fazer disso uma rotina é violentar e desumanizar o nascimento;
- impedir o alojamento conjunto é violência obstétrica!
...  e a lista continua...

Deixem as mulheres em paz!!!



Não é papo de maluca, não é papo de mal amada..é papo de quem acredita que a forma de nascer é crucial para a formação do vínculo mãe e bebê, e crucial para o estabelecimento de uma relação familiar mais amorosa com a chegada do novo membro. Além do que dignidade é um direito de todos!

É por essas e outras que convoco à todas as mulheres, seus companheiros, filhos, amigos e familiares, a se juntarem à nós nessa linda caminhada. Nossas ações já derrubaram as resoluções em primeira instância, mas esse é só o começo da luta!

VAMOS MARCHAR!!!

Eu tenho certeza de que estamos fazendo a diferença! Tenho certeza de que chegará o dia em que mulheres passarão plenas e satisfeitas pela experiência do parto, e que isso fará delas mães mais fortes, e do vínculo com seus bebês mais estreito. Tenho certeza de que em breve nascer e amor serão sinônimos, e que por conta disso nossa sociedade se transformará! 


ps: você pode estar se perguntando "o que isso tem a ver com fraldas de pano?" mas quer um ato mais sustentável do que parir naturalmente... ?

sábado, 21 de julho de 2012

Carta aberta ao CREMERJ - Por Melania Amorim


Quando eu comprei esta loja, tinha em mente que ela seria o primeiro degrau para minha entrada no mundo da maternidade ativa, da gestação/parto/puerpério conscientes. Enfim é chegada a hora! E como sempre o universo trabalha em conjunto, é justamente na semana em que eu decido o que quero ser, que o mundo chacoalha me dizendo que é isso mesmo. E assim eu me coloco: DOULA - em formação.

Ontem, dia 19/07/2012, o CREMERJ, Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, publicou uma resolução, 266/12, vetando a participação de doulas, obstetrizes e parteiras em parto hospitalares, coagindo médicos que aceitem suas presenças sob o julgo de sanções administrativas. Eles também ameaçam médicos que se coloquem como plano B de mulheres que querem ter o parto domiciliar. É um claro repúdio ao nosso último movimento, a Marcha pelo parto em casa, quando milhares de pessoas saíram às ruas Brasil afora em prol da liberdade de escolha da parturiente. Nós já percebemos que nossa voz está soando alto, e ressoando desgostosa em ouvidos mal-intencionados. É por isso que reproduzo abaixo a carta da Dra. Melania Amorim. Sem mais, o texto fala por si.

VAMOS À LUTA!


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Como médica-obstetra, cidadã e ativista do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento no Brasil, venho tornar público o meu repúdio à resolução 266/12 do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), que veta a presença de doulas, obstetrizes e parteiras em partos hospitalares.

Com essa resolução arbitrária e que não se justifica a partir da série de "considerandos" com que o CREMERJ inicia o seu texto, esse Conselho demonstra uma lamentável falta de conhecimento de todas as evidências científicas correntemente disponíveis pertinentes à importância das obstetrizes e doulas em um modelo de assistência obstétrica humanizado e centrado na mulher. Mais ainda, vai contra as diretrizes do Ministério da Saúde e a Política Nacional de Humanização da Saúde.

A participação das obstetrizes (profissionais formadas em curso superior de Obstetrícia) não somente integra o modelo transdisciplinar de assistência ao parto, mas tem demonstrado resultados SUPERIORES a outros modelos, como é bem demonstrado na revisão sistemática da Biblioteca Cochrane: em um modelo de atenção promovido por obstetrizes, as mulheres têm menor risco de hospitalização antenatal, de analgesia regional e parto instrumental. Têm maior chance de partos sem analgesia, parto vaginal espontâneo, maior sensação de controle durante o nascimento, atendimento por uma obstetriz conhecida e início do aleitamento. Adicionalmente, têm menor risco de experimentar perda fetal antes de 24 semanas e menor duração da hospitalização neonatal. A recomendação dessa revisão sistemática é que deve-se oferercer um modelo de atenção promovido por obstetrizes à maioria das mulheres e AS MULHERES DEVERIAM SER ENCORAJADAS A REIVINDICAR ESSA OPÇÃO.


Em relação às doulas, outra revisão sistemática da Biblioteca Cochrane incluindo 21 ensaios clínicos randomizados e mais de 15.000 mulheres avaliando os efeitos do suporte contínuo intraparto evidenciou que mulheres que receberam esse suporte tiveram maior chance de ter parto vaginal espontâneo, menor necessidade de analgesia de parto, menor risco de relatar insatisfação com a experiência de parto, menor duração do trabalho de parto, menor risco de cesariana, parto instrumental, analgesia regional e nascimento de bebês com baixos escores de Apgar no 5o. minuto. A análise de subgrupo evidenciaou que o suporte contínuo intraparto era MAIS EFETIVO quando providenciado por DOULAS!


Em maio de 2012, eu tive a oportunidade de publicar um comentário para a Biblioteca de Saúde Reprodutiva (RHL) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Dra. Leila Katz, avaliando essa revisão sistemática da Cochrane. Em nosso comentário, PUBLICADO NO SITE DA RHL com o aval da OMS, nós concluímos que TODOS OS HOSPITAIS DEVERIAM IMPLEMENTAR PROGRAMAS PARA OFERECER SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO, integrando doulas nos serviços de maternidade, UMA VEZ QUE OS MELHORES DESFECHOS MATERNOS E NEONATAIS SÃO OBTIDOS QUANDO O SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO É OFERECIDO POR DOULAS. Essa estratégia é particularmente importante quando os gestores desejam reduzir as altas taxas de cesarianas em seus hospitais ou países.


No país campeão mundial de cesarianas, no qual nos deparamos com a vergonhosa taxa de 52% de cesáreas, que superam 80% no setor privado, situação que se repete no próprio Rio de Janeiro, onde a taxa de cesáreas na maioria dos hospitais privados ultrapassa 90%, o CREMERJ tem se omitido de forma indesculpável e, mais que isso, dá mostras de que pretende alimentar e perpetuar esse modelo perverso que tantos danos e sequelas tem provocado às mulheres brasileiras. 

Em vez de combater a epidemia de cesarianas desnecessárias, o CREMERJ fecha os olhos à lamentável INFRAÇÃO ÉTICA das cesáreas SEM INDICAÇÃO MÉDICA, sob pretextos mal definidos por condições não respaldadas pela literatura. Diversos estudos demonstram que as absurdas taxas de cesárea nos hospitais brasileiros não ocorrem por pedido das mulheres, uma vez que a maioria das brasileiras continua demonstrando preferência pelo parto normal. O QUE JUSTIFICA ENTÃO TAXAS DE MAIS DE 90% DE CESÁREAS? Por que, em vez de fiscalizar, indiciar e PUNIR os médicos que ENGANAM suas pacientes e realizam cesarianas desnecessárias, infringindo assim o Artigo 14 do Capítulo III do Código de Ética Médica vigente em nosso país (que veda ao médico a realização de atos médicos desnecessários), o CREMERJ, na contramão das boas práticas baseadas em evidências, quer COIBIR estratégias que comprovadamente reduzem as taxas de intervenções e cesarianas desnecessárias?

Não podemos nos calar diante de tamanha arbitrariedade e tentativa de legislar sobre o corpo feminino, desrespeitando a autonomia e o protagonismo da mulher. O Conselho Federal de Medicina, o Ministério Público e o Ministério da Saúde devem ser notificados dessa tentativa absurda do CREMERJ de transformar o parto em um ato médico e desconsiderar tanto a atuação de outros profissionais no atendimento transdisciplinar ao parto e nascimento como o próprio DIREITO das mulheres de escolher COM QUEM querem ter os seus filhos e quem querem como acompanhantes nessa experiência única e transformadora do nascimento.

Melania Amorim, MD, PhDMédica-obstetraCRM - PB 5454CRM - PE 9627Professora de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG, Professora da Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil do IMIP, Pesquisadora Associada da Biblioteca Cochrane, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Coordenadora do Núcleo de Parteria Urbana (NuPar) da Rede pela Humanização do Nascimento (ReHuNa)
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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Criação com apego

A postagem de hoje é mais do que especial! É para comemorar um movimento lindo, em prol de um conceito que mudou minha vida. "Criação com apego". Eu sou adepta, sou adepta antes mesmo de saber que isso tinha um nome. Você sabe o que é?
A crianção com apego é o nome em português para o Attachment Parenting, termo cunhado pelo pediatra norteamericano William Sears, e tem como princípio básico a ideia de que a maternidade/paternidade deve incluir, ou melhor, deve ser uma relação afetiva intensa, com fortes vínculos entre pais e filhos, em uma relação que envolva o prontoatendimento, sempre com as melhores ferramentas que se tenha à mão, aos impulsos e desejos da criança. Eu sei, falando assim parece que estamos criando monstros mimados, mas trata-se do apelo seguro, e das respostas ás questões de cunho emocional e não tem nada, absolutamente nada a ver com dar tudo o que a criança quer ou deixá-la comer o que bem entender!


A criação com apego parte de oito princípios:
1 - preparação para gravidez, nascimento e maternagem (paternagem)
2 - alimentação com amor e respeito (bebês amamentados em livre demanda!!!)
3 - sempre responder ao bebê com sensibilidade
4 - criar os filhos baseando-se na ideia de que são seres sociais e que se apegam
5 - estender essas atitudes também ao período noturno
6 - fornecer carinho constante
7 - praticar a disciplina positiva (chamar atenção para os acertos ao invés dos erros)
8 - esforçar-se para o equilíbrio na vida pessoal e familiar.


Uma das coisas mais importantes para a compreensão desse conceito está no fato de acreditar que o bebê é um ser mentalmente incapaz de compreender a manipulação. Suas necessidades são imediatas, eles não têm noção de tempo, de espera, e, portando, querem ser atendidos imediatamente. Responder a esses anseios é dizer para eles que eles estão sendo compreendidos, e acreditar que, tendo as bases seguras, eles se formarão firmes, conscientes, tranquilos e pacíficos.



Quando eu engravidei, achava que tudo seria lindo e fácil, que a maternidade era sentar em uma poltrona branca, estando limpa, cheirosa, penteada e sorridente, e amamentar o bebê, com cortinas de tule esvoaçantes ao fundo. Qual minha surpresa quando meu filho nasceu e se mostrou um serzinho completamente dependente de mim e do meu seio! Miguel era (é) um bebê super mamão, e quando digo super, digo que seus intervalos de mamada nos 4 primeiros meses eram de 15 minutos! Nunca dormiu mais do que 4 horas seguidas, e é assim até hoje. 
Eu achei que fosse morrer!! Me desesperei! Chorava...
E pela necessidade de conseguir fazer outra coisa que não fosse amamentá-lo (nunca me passou pela cabeça dar mamadeira ou chupeta, mas isso é tema para outro post), e como, instintivamente, eu era completamente incapaz de deixá-lo chorar pelo tempo que fosse, eu descobri os sligs, esses panos de carregar bebê. Daí para conhecer a criação com apego foi um pulo.
E foi a melhor descoberta que eu poderia ter feito! Finalmente eu tinha um nome para dar para o que eu pensava ser certo, finalmente eu tinha argumentos, etatísticas, evidências contra tudo e todos que me diziam que eu estava criando um mostro.
Aqui em casa Miguel mama quando quer, e vai mamar até quando quiser. Ele dorme comigo boa parte da noite. Ele   não fica horas na frente da tv, nem minutos, nada! Ele está sempre comigo!! Vai de sling até hoje para todo lado. Ele nasceu de parto natural - o acontecimento mais fantástico e transformador pelo qual uma mulher pode passar. 

É um menino saudável, feliz, sorridente, simpático, inteligente, que sabe o que quer.
Eu me sinto honrada por ser mãe dele, pois ele sendo assim, do jeito que é, me ensinou e me ensina mais e mais a cada dia que o amor e o cuidado, o respeito às necessidades alheias, o desprendimento, são a melhor e mais eficiente saída para transformar o mundo em um lugar melhor, mais pacífico.

Não é fácil, ainda mais se você precisa lutar todo dia contra tudo e todos que querem fazer com que você acredite estar errada, mas eu sei, eu tenho certeza como nunca tive de  nada nessa vida, que eu estou certa.

Para finalizar esse post, gostaria de pedir às mães e pais que estejam lendo esse texto, que amem, cuidem e respeitem seus filhos, de verdade, pelo que são: seres humanos! E que, principalmente, não julguem quem opta por uma criação diferente do kit mamadeira + chupeta + andador + dvd + babá. Nós não somos excêntricos, apenas aceitamos a tarefa que nos foi dada: educar nossos filhos!

Aqui ficam as palavras do Dr. Carlos Gonzales, outro pediatra adepto à Criação com apego e que são, para mim, a melhor definição de tudo o que acho certo:

"Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos...Não há ninguém na prisão ou no hospício, porque recebeu colo demais, ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico, parece ser a maior preocupação de nossa sociedade." 

domingo, 29 de abril de 2012


Parir! Vamos mudar o mundo?



Há alguns dias o mundo do parto natural entrou em polvorosa. Quem vem acompanhando o caso sabe do que estou falando, mas para quem ainda não ouviu, vou fazer um breve relato do que aconteceu, mas enfatizando que esta postagem não é sobre este caso específico, mas sobre meu desejo de trabalhar algumas questões, e para isso, conto com vocês:

Uma parturiente decidiu sair do hospital em franco trabalho de parto, pois seu obstetra indicou uma cesárea que ela, marido e doulas viram como desnecessária. Ela buscava seu parto normal depois de cesárea, mais conhecido como VBAC. A mamãe pariu um bebê saudável e lindo algumas horas depois, em outro hospital, com outro médico.

Bom, muito se falou, muitos se posicionaram a favor, contra, sem saber. Fez-se reunião e o assunto está fervendo por aí nas redes sociais.

Comigo, mexeu. Muito. (Aproveito para agradecer as partes envolvidas por me tirarem da zona de conforto do “só falo com quem quer ouvir” para “eu tenho alguma coisa a dizer”. Se reverberar, beleza. Do contrário, sigo firme em meu propósito)

Antes de engravidar, o parto não era uma grande questão para mim. Nunca tinha reparado que praticamente todas as mulheres que conheço com menos de 35 anos haviam passado por cesáreas. Até então, azar o delas... afinal, o médico sabe o que está fazendo. Mas, será?
Eu achava que parir era fácil. É fácil. O ato de parir é quase sempre fácil (salvo algumas situações contornáveis). Não vou dizer que não dói. Em mim doeu, tem gente que não sente dor.  Eu senti. Mas em nenhum momento a dor superou o bem estar e a certeza de estar fazendo o melhor por mim e por meu filho. Sabe o que é difícil? Conseguir um obstetra que queira acompanhar um parto normal.

Então, durante a gravidez comecei a pensar no parto. Eu já passei por uma grande cirurgia no útero e ovários por conta de uma endometriose severa, e dois obstetras me desaconselharam a tentar um parto normal. A minha grande sorte foi que o meu obstetra no início da gestação, o querido doutor que salvou meus ovários quando todos os demais queriam arrancá-los fora, me desaconselhou. Opa, ele não disse que não dava.... então eu fui atrás. E aí comecei minha jornada pelo mundo do parto, fascinante, fantástico, maravilhoso... e tão injusto com as mulheres.

Aí eu conheci o parto natural, o parto orgásmico, a humanização do nascimento, as doulas, as enfermeiras obtétricas, o parto domiciliar. Meu mundo se abriu, dilatação total!

E eu pari. E segui em frente acreditando ter feito o melhor, muito melhor.
Cada dia mais aumenta minha indignação por conta de mulheres que são engambeladas por médicos desumanos, que perdem a chance de parir seus filhos e de garantir para si e para eles todo o bem estar dessa situação. E é por isso que decidi me manifestar.

No mundo do parto natural existe uma expressão que amo: EMPODERAMENTO.  E ele é fruto da informação. Esse é meu objetivo: ajudar as mulheres a acreditarem no seu poder de parir através de informação baseada em evidências.

Hoje decidi postar aqui algumas coisinhas básicas sobre parto, cesáreas e humanização. Meu intuito é o de informar mulheres gestantes, que pretendem engravidar ou aquelas que lidam com as cicatrizes físicas e emocionais de uma indicação errada de cesárea. Em nenhum momento pretendo diminuir as que passaram por esse procedimento, nem “colocar o dedo na ferida”, peço desculpas adiantadas se esse post magoar alguém, mas essas palavras precisam ecoar.

Vamos lá:

OS DIFERENTES TIPOS DE PARTO
(texto retirado do grupo Parto Natural, de autoria de Luciana Fernandes e Braulio Zorzella)

O PARTO NORMAL
O Parto Normal / Vaginal é aquele onde o bebê sai pela vagina (independente do método). Porém, existem diferentes tipos de parto vaginal:

Parto Normal - Tradicional
É a forma tradicional de dar a luz, nos hospitais de todo o mundo. Nesse tipo de parto a mulher passa por várias intervenções de rotina durante todo o trabalho de parto. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) ainda são procedimentos de rotina em muitos hospitais. A mãe é proibida de se alimentar e de ingerir liquidos (salvo alguns raríssimos hospitais que já não estão mais fazendo restrições alimentares). A mulher é colocada no "sorinho", contendo ocitocina sintética, para aumentar o ritmo e a intensidade das contrações, o que geralmente causa uma dor muito maior do que seria a dor natural de um trabalho de parto. Também é frequentemente realizada a amniorrexe (rompimento artificial da bolsa). A analgesia já está se tornando um procedimento de rotina quando o parto acontece em hospitais privados (convênios). A episiotomia (corte cirúrgico que é feito a fim de aumentar o orifício da vulva e facilitar a expulsão do feto no momento do parto) e a manobra de kristeller (o famoso "empurra a barriga" ou "subir na barriga") também faz parte do pacote de intervenções as quais as mulheres são submetidas no parto normal tradicional. Alguns médicos usam ainda o fórceps para puxar o bebê. Enfim, esse é um método tecnocrático que não individualiza o atendimento e cria rotinas que já são comprovadamente desnecessárias e muitas vezes até prejudiciais tanto para a mãe quanto para o bebê.

Parto Normal - Natural

É o parto puramente fisiológico, como o próprio nome já diz: NATURAL. O trabalho de parto inicia espontâneamente e evolui naturalmente, sem nenhum tipo de intervenção. É possível ter um parto natural em casa, no hospital ou em casa de parto, desde que a equipe que acompanha a parturiente esteja de acordo. É muito difícil conseguir um parto natural com profissionais tradicionais, por isso as mulheres que buscam esse tipo de parto buscam as equipes conhecidas como "humanizadas".

Parto Normal - Humanizado
 Nesse tipo de parto atenção é individualizada e a fisiologia do parto é respeitada, cabendo a obstetrícia acompanhar o processo e interferir somente quando for realmente necessário, ou seja, nos casos onde as intervenções são imprescindíveis para a segurança do binômio mãe/bebê. No parto humanizado a mulher tem liberdade de posição, de se alimentar, de agir como quiser. A analgesia pode ser utilizada ou não, dependendo da escolha da mulher (sendo sempre informada dos prós e contras do uso da analgesia). Em resumo, no parto humanizado o protagonismo é DA MULHER.

A CESÁREA
 A cesárea (ou cesareana) é uma cirurgia utilizada para retirar o bebê de dentro do útero atráves de um corte feito no abdome da mãe, logo acima dos pelos pubianos. Existem 3 tipos de cesareana:

Cesárea Eletiva
 É quando a cesárea é eleita pela paciente ou pela equipe médica como a melhor via de nascimento (independente se essa é a escolha correta ou não). Nesse caso, a decisão pela cesareana é tomada durante o pré-natal.

Cesárea Obstétrica (ou cesárea em Trabalho de Parto - TP)
 A escolha inicial é pelo parto normal, porém, alguma complicação durante o trabalho de parto faz com que a equipe médica opte por intervir através de uma cesareana por acreditar que naquele momento essa é a opção mais segura. Essa decisão é tomada antes que a situação se torne uma emergência.

Cesárea de emergência/urgência
 Inicialmente, a via de escolha seria o parto normal. Porém, algum evento patológico agudo torna cesárea a única opção segura. Ou seja, se a cesárea não for realizada imediatamente, há risco de morte para mãe e/ou bebê.




Agora vamos ao benefícios de parir:

Os benefícios do parto vaginal


Sabemos hoje que a Organização Mundial da Saúde recomenda o parto vaginal. Por quê?

 - Em primeiro lugar, porque dessa forma a natureza segue seu curso, permitindo que a criança nasça quando deve nascer, quando está pronta emocional e corporalmente.
 - Além disso, os hormônios produzidos durante o trabalho de parto permitem uma maior vinculação entre mãe-bebê. A produção deles reduz a chance de a mãe ter uma depressão pós-parto. A ocitocina, resposável pelas contrações, é considerada o hormônio do amor, o que faz a mãe se vincular melhor a seu filho e produzir leite, o que acontece imediatamente, porque depois de uma quantidade alta de ocitocina, temos a produção de prolactina.

 - Em segundo lugar, porque, dessa forma respeitamos o nosso corpo, o bebê e evitamos maior tempo no hospital, cortes profundos, dores pós-partos e diminuimos a chance de nosso bebê ter de ficar em uma UTI, em uma incubadora, privado do contato com a mãe. E dessa forma evitamos sofrimentos para nós. Por mais que a ecografia possa nos dar o tempo de gestação, este tempo não é certo, é uma estimativa.  Por isso, fazer uma cesárea eletiva, sem esperar o momento certo do bebê nascer, pode fazer com que o bebê nasça muito antes do tempo e dessa forma, seu corpo, seus pulmões, especialmente, ainda não se desenvolveram como deveriam e a chance de haver problemas futuros ou imediatos é muito maior. Hoje, vemos muitos jovens com renites, sinusites, asma, bronquite.

 - Em terceiro lugar, o parto normal tem menos complicações, visto que não é uma cirurgia, então o risco de infecções é bem menor. O útero volta ao tamanho normal mais rapidamente, em função das contrações produzidas, de deixarmos que toda a fisiologia do parto aconteça. Além disso, em 24 horas a mãe já pode sair do hospital e cuidar do seu bebê, além de poder segurá-lo em seguida. O que não acontece em uma cesárea, na qual a mãe precisa de repouso, porque realizou um corte profundo no abdome.
- Além disso, na cesárea, o bebê também recebe a anestesia e todos os medicamentos que são dados à mãe. Não sabemos de que forma isso afeta o bebê, mas certamente são medicamentos muito fortes para um recém-nascido. Por isso, muitos bebês nascem com sono, não ativos e sentem mais dificuldade de pegar o seio da mãe, por estarem sob efeito da anestesia. No parto vaginal e sem intervenções o bebê nasce ativo e vigoroso, pronto para estabelecer um contato olho no olho com sua mãe e seu pai, ouvi-los e se comunicar com eles. Nada melhor do que estabelecer esse tipo de contato com nossos filhos, nada melhor do que mãe e filho estarem prontos um para o outro, se isso pode ser feito. A Cesárea, que devia ser aplicada em 10% dos partos por haver realmente riscos para mãe ou para o bebê, vem sendo usada de modo inconsciente e por uma grande maioria de mulheres que agem mais por medo e falta de informação.

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Aqui vou colar o link de um site muito legal, que fala da BEM - medicina baseada em evidências:

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Já presenciei alguns casos de intensa violência a mulher, ao seu direito de parir e, principalmente, ao seu desejo e total capacidade de fazê-lo. Infelizmente não contamos com um sistema de saúde que apoie a gestante, pelo contrário, os médicos seguem sendo vistos como detentores de todo saber. Hoje recebi um documento maravilhoso, editado pela Dra. Melania Amorin, sobre as reais indicações de uma cirurgia cesárea e os motivos mais comuns e incongruentes pelos quais elas são indicadas pelos médicos cesaristas. Aqui replico parte da informação, porém esclareço que não omiti nenhuma das REAIS indicações, são apenas essas mesmo, gente:

REAIS


1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa (isso não tem nada a ver com circular de cordão, certo? É outra coisa completamente diferente...);
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia completa (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto.

CASOS QUANDO A CESÁREA PODE SER INDICADA, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA


1) Desproporção cefalopélvica (o diagnóstico só é possível intraparto, através de partograma e não pode ser antecipado durante a gravidez);
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "freqüência cardíaca fetal não-tranqüilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia), ultrapassando a linha de ação do partograma. Pode ocorrer parada secundária da dilatação ou parada secundária da descida.

SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO (ou seja, dá para parir se o balanço desejo da mulher x situação clínica tiver saldo positivo)

1) Apresentação pélvica;
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – em torno de 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia);
3) HIV-AIDS (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.

Algumas desculpas frequentemente utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea

          1. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade          dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
  1. 2. Pressão alta
    3. Pressão baixa
    4. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
    5. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto
    6. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
    7. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
    8. Trabalho de parto prematuro 
    9. Grumos no líquido amniótico
    10. Hemorroidas
    11. HPV (só há indicação de cesárea se há grandes condilomas obstruindo o canal de parto)
    12. Placenta grau III
    13. Qualquer grau de placenta
    14. Incisura nas artérias uterinas (aliás, pra que doppler em uma gravidez normal?)
    15. Aceleração dos batimentos fetais
    16. Cálculo renal
    17. Dorso à direita
    18. Baixa estatura materna
    19. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
    20. Obesidade materna
    21. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
    22. Bebê “grande demais” (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
    23. Bebê “pequeno demais”
    24. Cesárea anterior
    25. Plaquetas baixas
    26. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
    27. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia e descolamento da retina
    28. Edema de membros inferiores/edema generalizado
    29. “Falta de dilatação” antes do trabalho de parto
    30. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês “superdesejados” teriam melhor prognóstico com a cesárea) – motivo pelo qual os bebês de proveta aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
    31. Gravidez não desejada
    32. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos) 
    33. Adolescência
    34. Prolapso de valva mitral
    35. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
    36. Diabetes mellitus clínico ou gestacional
    37. Bacia “muito estreita”
    38. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
    39. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas)
    40. “Pouco líquido”no exame ultrassonográfico sem indicação no final da gravidez
    41. Artéria umbilical única
    42. Ameaça de chuva/temporal na cidade
    43. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência urbana
    44. Fratura de cóccix em algum momento da vida
    45. Conização prévia do colo uterino 
    46. Eletrocauterização prévia do colo uterino
    47. Varizes na vulva e/ou vagina
    48. Constipação (prisão de ventre)
    49. Excesso de líquido amniótico
    50. Anemia falciforme
    51. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra)
    52. Trombofilias
    53. História de trombose venosa profunda
    54. Bebê profundamente encaixado
    55. Bebê não encaixado antes do início do trabalho de parto
    56. Endometriose em qualquer grau e localização
    57. Prévia exérese de pólipos intestinais por colonoscopia
    58. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
    59. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
    60. Infecção urinária
    61. Anencefalia
    62. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
    63. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
    64. Malformação cardíaca fetal
    65. Escoliose
    66. Fibromialgia
    67. Laparotomia prévia
    68. Abdominoplastia prévia
    69. Ser bailarina
    70. Praticar musculação ou ser atleta
    71. Sedentarismo
    72. Miscigenação racial (pelo “elevado risco” de desproporção céfalo-pélvica)
    73. Uso de heparina de baixo peso molecular ou de heparina não fracionada
    74. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século)
    75. História de cesárea na família
    76. Feto com “unhas compridas”
    77. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
    78. Hepatite B e hepatite C
    79. Anemia ferropriva
    80. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
    81. Tabagismo
    82. Varizes uterinas
    83. Feto morto
    84. Cirurgia gastrointestinal prévia
    85. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
    85.Colostomia
    86. Gestação gemelar com os dois conceptos em apresentação cefálica
    87. História de depressão pós-parto
    88. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
    89. Hipotireoidismo
    90. Hipertireoidismo
    91. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
    92. Colestase gravídica
    93. Espondilite anquilosante
    94. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
    95. Hiperprolactinemia
    96. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
97. Não há vagas nos hospitais da cidade para partos normais
98. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica





Se você leu esse texto e se reconheceu como possível vítima de uma cesárea desnecessária, converse com seu médico, procure um grupo de apoio à gestante, informe-se, leia sobre casos semelhantes ao seu. São raríssimas as situações irreverssíveis!
Se você leu esse texto e se reconheceu como vitima de uma cesárea desnecessária, se isso mexeu com você e você quer saber mais:



Aqui deixo uma lista de outros endereços virtuais com informações valiosas sobre parto, amamentação, direitos da gestante e demais assuntos relacionados ao tema:

Parto Domiciliar: Hanami - http://www.partodomiciliar.com
Parto do Princípio - http://www.partodoprincipio.com.br
Amigas do Parto - http://amigasdoparto.com.br
 Parto Humanizado Araraquara -  http://partohumanizadoararaquara.blogspot.com
 Portal Materna - http://www.materna.com.br
 AMAMENTAÇÃO: Amigas do Peito - http://amigasdopeito.com.br
 Despertar do Parto - http://www.despertardoparto.com.br
 Parto sem medo - www.partosemmedo.com.br
 Isthar (Grupo de apoio à gestante) - http://ishtarbrasil.blogspot.com/2010/07/ishtar-pelo-brasil.html 
 AMAMENTAÇÃO: Aleitamento - http://aleitamento.com.br
 Blog Mamíferas - http://www.mamiferas.com/blog
Parto pelo mundo (site) - http://partopelomundo.com/index.php
Parto pelo mundo (blog) - http://partopelomundo.com/blog/pt
Blog da Gisele Bundchen - http://blog.giselebundchen.com.br


PORQUE PARIR É NATURAL!!!!
ACREDITEM NO PARTO!!!

Luz, paz e amor. Muito amor!



domingo, 22 de abril de 2012

A grande troca de fralda de pano 2012

Boa noite, Eccomameir@s!
Nos recuperando das fortes emoções do dia de ontem, nossa última postagem da Semana Internacional de Conscientização do Uso das Fraldas de Pano chega com 24h de atraso. Mas por um bom motivo: nosso evento ontem foi fantástico!!!
Uma reunião linda de mamíferas amamentando, conversando, sorrindo, distribuindo papinhas e, é claro, trocando fraldas! Quantos eco-bebês reúnidos!
Por ter acontecido em um local super movimentado, havia um interesse geral pelas fraldas. Pessoas que nunca tinham ouvido falar das fp modernas paravam para perguntar, conhecer, admirar. Foi lindo de ver! e de estar lá!
Nós não conseguimos juntar o número de mães necessário para entrar no livro dos recordes.Mas quer saber? Quem se importa? Naquela hora, todas nós ali, sob as tendas, protegidas das gotinhas de chuva que vieram para nos lembrar da água, trocando nossos filhos ao mesmo tempo, foi de arrepiar.
Aqui embaixo eu coloco fotos do evento e das ecomães que saíram de casa num dia quase chuvoso para mostrar ao mundo que existe uma alternativa super viável às fraldas descartáveis.
Gostaria de expressar minha gratidão à família Dias, na presença da Aline, da Renata e da Rosane (e seus respectivos cônjuges), representando a marca Efral, grande organizadora do evento! E também à querida amiga Renata Souto Nigro Deprá, proprietária do Espaço Mamífera, grande amiga e uma mulher admirável!
É uma rasgação de seda mesmo, minha gente, mas quando a gente tem a oportunidade de vivenciar a presença  de mulheres tão incríveis e tão dispostas a mudar o mundo, temos mais é que gritar aos 4 ventos:VALEU, MULHERADA!!!!
Um beijo especial para todas as mães, aos pais, avós, tios, madrinhas, irmãos mais velhos que estiveram por lá e fizeram a nossa festa acontecer, linda, familiar e cheia de amor!
Até a próxima grande troca!!!!
Luz, paz e amor!

Muita energia positiva na hora da troca!

Mamãe corujando:meu filhote Miguel e sua vovó Ceça, deixando sua marca para um mundo melhor!

Aline Dias, organizadora do evento, Renata Souto e Zilda Pavão com suas respectivas crias.

Bruna Brasil e sua filhota, com a fralda exclusiva do evento. Tem pra vender,viu, meu povo!

Bundinhas de pano!!!!

Criançada se divertindo

Ana Carolina Fialho, mãe do Jorge, slingando e mostrando pra todo mundo que suas escolhas são sustentáveis!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Semana Internacional - Dia 5"

Olá, Eccomameir@s!
Chega quase ao fim nossa semana querida, tão importante!
A tarefa de hoje é puramente pessoal, mas fica valendo a dica de que com um pouco de foco, a gente consegue fazer grandes mudanças. Nosso trabalho é o de formiguinha, mesmo. E se tem uma coisa que aprendi com esse tempo de maternagem consciente é que as atitudes contam mais do que as palavras. O que quero dizer com isso é que quanto mais você opta por fazer as coisas fora do lugar comum, mais terão pessoas esperando que você tropece para te julgar e dizer: "tá vendo, no fim das contas acabou dando a mamadeira..."
Mas esse é apenas mais um incentivo para que todas as nossas ações sejam pensadas, pois trata-se de criar um ser humano. Sabe aquele papo de que as crianças são o futuro do planeta? Então, é a mais pura verdade.
Vamos a tarefa de hoje:


SEXTA (20/04): REUSO


Recomendações:
●     Desafio pessoal de reuso! Identificar uma área onde você ainda não esteja usando produtos reutilizáveis (fraldas em viagens, à noite, desfralde, na piscina, e outros artigos como copos descartáveis, artigos de higiene feminina) e encontrar a solução mais simples para fazer a mudança.

Bom, como boa mãe de primeira viagem, tem certos apelos consumistas que são mais fortes do que eu... tento evitar ao máximo comprar coisas desnecessárias, os brinquedos preferidos do Miguel são garrafas pet com água ou sementes dentro, caixas vazias, pregadores... Mas está chegando a hora do famigerado primeiro aniversário, e mesmo querendo uma coisa "só para a família", acho que a gente sempre acaba se empolgando um pouco. Afinal, foi um grande ano!!!!
Decidi que a festa dele seria a mais ecológica possível, então, como a tarefa de hoje não é conclusiva em si, acho que será pertinente ir comentando aqui as organizações para o grande dia, e quem sabe espalhar algumas ideias (nem tão originais) que ando aproveitando para a decoração. Tem muita coisa legal na internet, então vou começar citando alguns blogs por aqui.




ainda não desapeguei o suficiente para fazer um pic-nic no parque para os 5 melhores amigos, mas um dia eu chego lá.

E você? o que tem feito para mudar o mundo?

Luz, paz e amor!